Como propagar corais duros e moles?

 

A indústria da propagação de corais parece estar a alcançar um estado de esclarecimento em que o conhecimento de procedimentos fundamentais para a simples divisão de invertebrados de recife, está a tornar-se testada com o mesmo tempo e lugar-comum. É maravilhoso ver tantos corais em meio doméstico que em tempos se consideravam impossíveis de manter vivos, não assim há muito tempo, e agora podados rotineiramente como arbustos. Em termos gerais, a propagação doméstica de corais pode ser categorizada pela acção do evento: induzido passivamente, ocorrendo naturalmente ou imposto. A indução passiva incluiria estratégias de divisão que não resultam nem na produção de um clone de vida livre, nem ocorrerão necessariamente sem assistência. Antes, tais técnicas são métodos para estimular rebentos através de cisão. Alguns exemplos de divisão passiva induzida incluem fatiar ou entalhar a periferia da capa do estolho (NT=Stolon=rebento dos caules rastejantes) de resistentes corais moles tais como o Pólipo Estrela (Pachyclavularia) (NT – Pólipo Estrela = Star Polyp = Pachyclavularia) ou abrir uma fenda do talo exposto e iluminado de um Alcyonario inclinado (ou forçadamente inclinado), que frequentemente estimula o crescimento de rebentos de lindas colónias multi-ramificadas.

Estratégias naturais de propagação doméstica de corais, ocorrem com várias manipulações e/ou imitações de dinâmicas naturais no meio ambiente do recife e estão a ser vistas com crescente regularidade. São de facto algumas dos eventos mais interessantes de ver. Eventos reprodutivos naturais encadeados com colheita de plântulas são o futuro do nosso comércio.

Durante mais do que alguns anos, a técnica mais comum de propagação de corais tem sido a imposta fragmentação de corais de recife moles e duros através de corte, partir ou serrar. Por definição, estas são acções deliberadas para propagar de modo assexuado um coral e produzir divisões que são clones de vida livre do dador. São a forma actual mais rápida e mais popular de cultivar corais e são a fundação da nossa indústria caseira. De facto técnicas de fragmentação imposta dominarão muito provavelmente o cultivo de corais até que técnicas de criação larvar sejam refinadas.

Para aquaristas principiantes, o acto de cortar através de tecido vivo para propagar um animal, é destemido e formidável. Contudo é importante para todos os aquaristas que se lembrem que generalizações úteis possam ser feitas sobre uma família ou mesmo um género específico de coral, há de facto excepções em que a espécie não se adapta a procedimentos de sucesso para a família/género como um todo. Um exemplo popular seria os “sensíveis” coloridos e mucosos/viscosos Alcyonidae anexados numa família que inclui maioritariamente corais moles esmagadoramente resistentes. O que quero dizer com a distinção categórica de corais mucosos/viscosos é que são espécies que são facilmente estimuladas a produzir muco, que rapidamente se torna evidente para um aquarista. Para melhorar as taxas de sucesso das tentativas de propagação de corais, aconselho os aquaristas que encontrem amigos entusiastas experientes locais, em associações de aquaristas on-line, para lhes darem confiança para esforços com os quais não estão familiarizados. É natural e apropriado para novos cultivadores de corais, estarem nervosos e conservadores relativamente à imposição de técnicas não familiares sobre o coral. Fiquem tranquilos que corais resistentes e aclimatados que são adequados para a propagação serão provavelmente duradouros quando propagados. Pessoalmente passei Trachyphyllia através de serras com sucesso impressionante e vi aquaristas a picarem peças de Sarcophyton completas em pedaços de ¼ e ½ de polegada que eram em seguida lançados dentro de cascalho para produzirem muitas centenas de colónias filhas a partir de um único evento. A vida no oceano é dinâmica e dura para muitos corais. Como Aquaristas temos de pôr em prática os nossos melhores esforços para manter condições óptimas nos sistemas com a consciência de que as nossas responsabilidades podem ser mais duráveis do que o que prontamente acreditamos.

Quando nos lançamos à tarefa de cortar um invertebrado mole de recife ou serrar um coral duro, temos primeiro de determinar a viabilidade da espécie e a melhor técnica de o dividir. Enquanto muitos invertebrados de recife tolerarão a fragmentação tão favoravelmente que não só …clones, como exprimem crescimento acrescido de tal poda, outros corais podem sofrer bastante. Pode acontecer ao ponto de que colónias base não só são inibidas por emprestarem fragmentos futuros, mas também podem correr o risco de sucumbir completamente a uma infecção. Uma das primeiras distinções a ser feita em candidatos viáveis para fragmentação, é a amplitude até é qual o animal pode ser considerado como produtor de muco. Muitas das espécies que produzam fortes quantidades de muco, são categoricamente os piores espécies para técnicas de fragmentação imposta e são habitualmente cultivados mais seguramente com técnicas construtivas mais lentas (em octocorais) ou estratégias de indução passiva (com scleractinia…especialmente grandes espécies de pólipos grandes) com a excepção flagrante das Acropora, que são bastante tolerantes para fragmentação. Um exemplo familiar desta distinção para os aquaristas, pode ser retirada da comparação entre os Alcyonidae como a Cladiella, Klyzum (coral colt) e outros corais moles coloridos nesta família.
Por corais coloridos quero transmitir uma generalização categórica de que muitos dos corais moles amarelo vivo e verdes Sarcophyton, Lobophyton, são frequentemente mais sensíveis de manusear (expedir, danos, técnicas de propagação, etc…) e podem ser tratados com a mesma consideração que damos aos designados corais mucosos. Pelo contrário, um Sarcophyton comum é quase próximo de “indestrutível” relativamente a técnicas de propagação. Um dos procedimentos de cultivo não tradicionais favoritos para a produção máxima de divisões com um Sarcophyton base que não queremos desfigurar esteticamente é a técnica do “donut”. O Sarcophyton visado terá os seus pólipos “penteados” e é então removido para uma tábua de corte para uma breve intervenção fora de água. O espécime é então invertido sobre a sua “coroa” enquanto que um “donut” de tecido com 1,25 a 2,5 cm lhe é cortado da totalidade da periferia da “coroa” (capitulum).

Depois de uma passagem através de um banho de água aquecida (temperatura ajustada para corresponder à da água do sistema) para purgar qualquer muco, o coral base é devolvido ao sistema exactamente na mesma posição da qual foi retirado. Forte e adequado fluxo de água sobre o coral base em convalescença ajudará a prevenir a infecção e formar um calo na incisão da ferida na “coroa”, talvez em meros dias. Em tão pouco como duas semanas o assalto será dificilmente evidente no coral base. O donut de tecido inciso pode ser cortado em peças de igual tamanho, atirado para o cascalho para crescimento, ou ser cozido/colado individualmente. Os criativos podem até deixar o anel assentar e crescer completamente imperturbado numa forma muito única! Por comparação com um animal mucoso, quase todas essas manobras descritas acima, não seriam prontamente possíveis como com um coral colt ramificado (Klyxum), por exemplo. Um tal coral mal tolerará o simples corte de ramos, que são então notoriamente difíceis e lentos a estabelecerem-se a um substrato duro e novo. Dica: não percam tempo com super cola ou fixação natural aqui… usem um ponto único rápido (usem luvas ou pinças para reduzir a estimulação de muco) através da base do talo da divisão e amarre-o a um substrato duro. Depois de várias semanas ou quando o animal estiver aparentemente seguro, cortem e extraiam o ponto discreto de nylon. Para propagar tais espécies mucosas, processos constritivos mais lentos tais como o uso de abraçadeiras de plástico para cabos que dão inicio a pouquíssima ou nenhuma produção de muco e é provavelmente um melhor método de propagação do que cortar. Frequentemente a divisão agarra-se convenientemente ao “punho” do nó constritivo em apenas dias ou semanas após o processo de separação da colónia base. É um processo mais seguro, embora mais lento e enquanto que alguns corais mucosos como o Klyxum descrito acima possam ser cortados com sucessos, comparativamente sofrem elevadas taxas de infecção e fraca sobrevivência quando comparados com Alcyionidae como os comuns Sarcophyton sp.. A razão de as espécies mucosas sofrerem imediatamente é bem clara e aparente. A agressão súbita de manusear e fragmentar, estimula a resposta do animal para produzir fortes quantidades de muco; o muco rapidamente estimula o desenvolvimento de bactérias colonizadoras normais e a presença de uma população crescente de bactérias a consumir o muco aumenta a possibilidade de que alguns pequenos diabos oportunistas ganhem pé sobre o tecido recém-agredido. Adicionalmente aos corais mucosos, muitos Nephtidae podem também beneficiar de considerações similares dado que quando cortados, frequentemente apresentam sinais de desgaste como se lhes estivesse a extrair seiva ou esvair, sendo que muitos nunca voltam ao seu esplendor ou mesmo sobrevivem a incisões repetitivas. Assim, do ponto de vista do cultivador, não impor cortes em Nephtidae dado que muito irão naturalmente produzir mais divisos de coral a longo prazo por queda de raminhos. Melhor ainda, muitas colónias de Nephtidae, reproduzem-se quando deixadas tranquilas para amadurecer, via plântulas (clones por descendência assexuada em bolsas foram observados em meio doméstico). Talvez destes breves exemplos, possamos ver que há mais do que poucas considerações quando se propaga um coral mole, dependendo dos objectivos dos aquaristas a longo termo para o animal e a sua vontade para correr riscos com a sua sobrevivência. A generosidade de corais sclaractinia para tolerância a técnicas de fragmentação por imposição, têm de similarmente considerar respostas de muco, mas mais importante considerar a morfologia. Alguns corais duros são ridiculamente fáceis de fragmentar, como as Euphyllia faceloides.


(Euphyllia parancora, varias Euphyllia por exemplo). Separando os ramos do modo mais óbvio, podemos aumentar a luz disponível e fluxo de água de modo favorável para cada pólipo grande e não há “técnica” de propagação de que falar. O mesmo é também geralmente para a maioria dos corais digitados mais habitualmente designados por “SPS”. Com formações coloniais mais maciças ou incrustantes, os passos de fragmentação bem sucedida são menos conspícuos…pelo menos no início. Peguem por exemplo nos comuns corais cérebro: Favidae e Mussidae de uma maneira geral. Comparando dois Géneros popularmente representados no comércio destes corais, Favia e Favites, uma enfrenta um grande contraste em candidatos para fragmentação imposta!
As coralites nas espécies Favia (disposição plocoide) são distintas e separadas enquanto as coralites cerioides da Favia têm paredes partilhadas. Subsequentemente as colónias de Favia são fragmentadas mais facilmente com uma lâmina de serrar cuidadosamente feita passar entre as paredes dos pólipos pronunciados. Algumas espécies de Favia são particularmente tolerantes dado que as coralites são elevadas e bem espaçadas, o que ajuda a assegurar que pouco ou nenhum dano é infligido. Há comparativamente um risco menor de danos colaterais a pólipos individuais de uma colónia de Favia do que numa de Favites fragmentados por serra. Pelo contrário a dificuldade com Favites é a de que dano significativo será inevitavelmente imposto sobre as paredes partilhadas dos pólipos com o corte da serra. A Favites pode ainda ser serrada, mas certamente a um risco maior para a colónia base e as divisões. Por favor consultem as ilustrações e fotografia abaixo para comparação de imagem.

 

Outros scleractinia incluem a Blastomussa merletti e espécies de Galaxea, ambas têm coralites tubulares unidas por “placas” calcárias que são facilmente separadas com um abre cartas ou lâmina de serrar (fixa ou móvel). Muito embora possam parecer integrados na forma, são seguramente por natureza mais “individuais” e bem capazes de viver separados uns dos outros. Crescimento rápido para divisões fragmentadas ocorre frequentemente após a libertação. Não há perda entre pólipos de tais colónias divididos que aparentemente passam tão bem ou ainda melhor na separação com algum espaço para respirar (mais uma vez, talvez devido a estimulação de melhoria de luz e fluxo de água). Por favor observem o diagrama simplificado e fotografia comparativa abaixo que ilustram a morfologia tolerante de tais scleractinia com coralites tubulares conspícuas. Quando se serra um produto scleractinia, lâminas para pedra/alvenaria de alta velocidade e dentes de corte finos funcionam melhor mas outras lâminas de serrar menos dispendiosas podem também funcionar bem, particularmente para esqueletos scleractinia menos densos. Por favor assegurem-se sempre de obedecer a regras de segurança para operação de ferramentas eléctricas. Os esqueletos scleractinia podem e libertam lascas pelo que protecção dos olhos são especialmente critica. Uma ferramenta rotativa segura na mão com uma roda de corte em aço, é bastante versátil e útil para esqueletos pequenos e porosos (Dica: evitem usar laminas de pedra compósitas dado que se estilhaçam facilmente quando estão a serrar material de carbonato). Corais grandes e esqueletos muito densos podem exigir o uso de uma mesa e serra de fita. Mesmo as lâminas abrasivas das serras de azulejo e vidro têm sido usadas com grande sucesso em coral vivo duro.
Assim que tenha sido feita a identificação por grosso de características chaves de candidatos viáveis a propagação, a acção de fragmentação é bastante clara. Octocorais e outros invertebrados moles de recife (como zoantideos e coralimorfos) são geralmente cortados com lâmina, bisturi, faca ou tesouras. Scleractinia digitados com “corallums” (esqueleto) ligeiramente ou moderadamente denso podem ser fragmentados por pressão com alicate, tesouras, tesouras para cortar ossos, abre cartas e similares. A fragmentação à mão por pressão é geralmente não recomendada devido ao dano colateral desnecessário nas coralites sob o aperto esmagador dos dedos. Tal técnica também de presta a linhas de quebra e porções imprevisíveis e mais importante, coloca o aquarista em risco de uma infecção grave devida eventual ferimento (Vibrio, Mycobacterium). A fragmentação de Scleractinia serrando é necessária para esqueletos mais densos. Corallums tolerantes incluem alguns plocoides, faceloides, fabello-meandroides, colónias maciças e incrustantes. Os Scleractinia com colunas grossas e laminae podem também ser favoráveis a uma serra em vez de quebra agressiva. Candidatos viáveis, apenas para mencionar alguns especificamente pelo género, incluem: Favia, Galaxea, Hydnophora, Blastomussa, Turbinaria (excelente escolha), Fungia (serrar em forma de fatia de tarte) e Pavona. Sabe-se bem que a maioria dos Pocilloporidae (Seriatopora, Stylophora e Pocillopora) e Acroporidae são bastante tolerantes a fragmentação assexuada. Algumas das melhores apostas para corais moles fragmentáveis incluem mas não ficam restringidas a isso: espécies de Lobophytum, Sarcophyton e Sinularia. Não é de facto prático designar todos os corais moles “resistentes” e invertebrados de recife para propagação de corais. Existem dezenas senão mesmo centenas de excelentes escolhas. Os poucos aqui listados são uma indicação especialmente para os cultivadores de corais mais novos. Com a gentileza da maioria dos aquaristas no nosso meio, qualquer mente curiosa pode reunir recomendações adicionais numa associação ou fórum da Internet.
Quando se aborda a propagação de um coral, tentem seleccionar a divisão mais ampla possível. Cortes rápidos e certos com lâmina ou bisturi, são preferíveis à acção esmagadora das tesouras. Tesouras muito afiadas são geralmente úteis e talvez mais fáceis de empregar para a maioria dos aquaristas. Quando se use uma lâmina de fio único como um bisturi, a acção da faca deveria ser um golpe contínuo. Cortes serrados ou repetitivos aumentam a probabilidade de infecção e prolongam o tempo de cura e de fixação, muito como, um corte de uma lâmina de barbear curará melhor e mais depressa do que uma mordidela de um cão. Em corais moles ramificados os cortes devem ser feitos num “V” formado pela ramificação por questão estética se mais outra razão não houver. Em octocorais mais lisos ou de ramificação fina, lobos convolutos (como algumas forma de Lobophytum, Sinularia e Sarcophyton) devem ser cortados dos “cumes” em vez dos “v” da “coroa” (capitulum) para reduzir a possibilidade de infecção indirecta causada por deposição de detritos. Notável autor, aquarista e cantor de Karaoke, Eric Borneman chamou a minha atenção uma sugestão muito iluminadora com a qual concordo fortemente, sobre a natureza das infecções dos corais comummente atribuídas a própria matéria, detritos. É actualmente teorizado que tais áreas necróticas sofrem morte de tecidos por anoxia local por detritos, “que pode muito bem ser mediada por bactérias” (Borneman, comunicação pessoal). A premissa é a de que sufocação ou abafamento da microcamada de água difusora que rodeia um coral, causa directamente a morte dos tecidos por anoxia e crescente actividade biótica (bactérias ou pouco e precioso oxigénio).
Este fenómeno pode ser factor causador em ocorrências de adoecer de corais nos recifes a seguir a tempestades que deixam cair sedimentos sufocantes sobre os corais pouco evoluídos para os repelir. Quando o Eric me sugeriu isso “tocou cá dentro muito claramente uma campainha” e lembrou-me das infecções idênticas vistas em sacos de expedição que não podem ser atribuídas a detritos em aquários com pouca circulação ou sedimentos em recifes devastados por tempestades. Contudo o trânsito extenso de um coral num contentor de expedição impõe um nível idêntico de influência por água estagnada. Em todos os três cenários há um padrão comum de anoxia local seguida por infecções sintomaticamente similares. De facto os aquaristas deviam tomar esta sugestão a peito com a devida consideração de verdadeiro fluxo de água na manutenção de aquários, particularmente quando enfrentam a chamadas infecções necróticas “misteriosas” dos corais.
Toda a propagação é melhor conduzida num aquário dedicado ou remoto para isolar os compostos nocivos produzidos pelos corais sob influência. Banhos de água com temperatura estável (aquecida) e contentores são necessários para períodos extensos de trabalho. Deixem-se ser claro também, o que quero dizer por banhos de água “aquecida”. Tenho sido gentilmente lembrado pelos meus amigos e os editores de ciência, Borneman e Shimek que no campo da disciplina científica, um “banho de água aquecida” é um ambiente inóspito em aplicações laboratoriais. De um ponto de vista aquarístico apenas pretendo sugerir que as tigelas ou outros recipientes não devem permanecer frios se os procedimentos levaram mais do que alguns minutos. Uma queda acentuada de temperatura pode ser muito desgastante para a vida marinha como muita gente infelizmente está ciente de experiências com recepção de animais expedidos. Assim e para o propósito deste artigo, deixem-me propor que qualquer referencia minha sobre banho de água aquecida se refere a uma vasilha ampla na qual baldes ou tigelas são imersos: a água na dita vasilha é para ser aquecida com um aquecedor termostático de aquário para manter a temperatura similar à do sistema de onde o coral foi retirado. A base propagada tem de ser devolvida ao sistema para o local e posição exactos que o sustentava antes da técnica de cultivo. Uma passagem através de vários banhos para purgar o muco e compostos nocivos antes da reintrodução. É recomendada com os corais propagados. Uma pequena quantidade de iodo pode ser adicionada à água do banho na esperança de benefícios anticépticos (uma gota de iodo Lugol não dissolvido para 20 litros de água fortemente arejada fornecerá uma solução para banhos curtos de 10 ou 15 minutos por coral). Toda a água do banho é para deitar fora. As divisões fragmentadas podem então ser colocadas no cascalho para fixação natural e crescimento, ou fixadas individualmente.
Por fim, não há técnica ideal ou tamanho de divisão para cortar corais moles tolerantes e invertebrados de recife. Para produzir um segundo clone de um coral mole com tamanho total no menor tempo possível, pode ser empregue um corte longitudinal ou transversal. Basicamente um coral mole, pode por exemplo ser cortado exactamente ao meio longitudinalmente para produzir divisões “espelho”, ou transversalmente removendo o capitulum com uma pequena porção do talo. Neste último caso o tronco sem topo curará e começará a formar novos pólipos e um capitulum completo em semanas. O capitulum cortado fixar-se à ainda mais cedo com uma técnica de fixação adequada. Tal acção decisiva produz duas colónias de tamanho total no espaço de meses; é um processo que de outro modo levaria a maior parte do ano ou mais para realizar com pequenos fragmentos. A colheita de pequenos fragmentos é geralmente mais segura para os doadores. A cisão longitudinal ou transversal de um coral é algo mais arriscada. Depois de cada acção de fragmentação, o sucesso pode ser assegurado se os participantes não apresentarem sinais de tecido em deterioração (necrose) no espaço de alguns dias a uma semana. De facto, as condições patogénicas são expressas e desenvolvem-se rapidamente em tais casos, tornando o tecido infectado efectivamente em “serrim” no espaço de horas (ou seja, uma pilha de tecido a apodrecer…que se parece mais com adubo do que “serrim” considerando melhor). Como ponta de humor iluminada para o novo cultivador de corais que se preocupa com o estado de um coral recém propagado sem pólipos e ressentido, dou ao seguinte sabedoria: se não tem a certeza de que o fragmento ou o dador estão ou não mortos…não está morto! No espaço de horas, um octocoral morto transforma-se num lodo mal cheiroso que se dissolve. Que não haja dúvida de que um tal animal está morto e assegurem-se de remover prontamente qualquer coral a morrer! Não será necessário dizer que o manuseamento de qualquer tecido de coral vivo em aquariologia, deve ser mantido no mínimo e efectuado com mãos cobertas por luvas o mais frequentemente possível.
A técnica imposta de cortar fragmentos de coral, dá ao cultivador de corais o controlo último sobre tamanhos de porções e formas entre técnicas de cultivo e liberta nos dos constrangimentos de tempo com estratégias passivas e naturais. Mais do que qualquer outra técnica de propagação de corais, cortar depende da boa avaliação pelos aquaristas sobre se o sistema do aquário está a funcionar em óptima condição e que a saúde do coral é soberba. De outro modo a agressão por uma técnica imposta no coral pode convidar infecções devastadoras que não só ameaçam as vidas do dador como do fragmento, mas também a saúde de outros animais no sistema com outras complicações. Quando bem-sucedidas, as técnicas de corte encorajam novo crescimento ou rebento por cisão ao longo dos bordos do corte do coral doador/base assim como rápida fixação das divisões fragmentadas. Os bordos cortados de corais moles podem ser colocados próximo ou directamente virados para baixo para fixação natural. Os bordos cortados e corallum exposto de Scleractinia, quase sempre são para não colocar aprumados virados para baixo (com excepção de revestimento completo da fractura exposta com epoxy). Tecido Scleractinia abafado à força é susceptível a infecção e passa melhor orientado numa posição com luz e corrente óptimas a banharem a fractura exposta. De um ponto de vista estético é um aspecto menor na medida em que o fragmento necessita de se ajustar para explorar a luz e água disponíveis da maioria das posições e com o tempo ficará com aspecto natural com o novo crescimento.
Parece apropriado quando se contemplar a acção de aplicar tesouras ou serra a um animal vivo, que alguma preparação e familiaridade sejam tidas em conta com a dinâmica necessária para efectuar o trabalho. Alguns dos componentes fundamentais de um projecto de cultivo de corais, incluem:
 

Uma área de trabalho bem definida e equipada com:
·Luz brilhante e ajustável: por cima, candeeiro direccional e variável (Bola dês espelhos opcional…heehee).
·Mesas molhadas (áreas onde a água possa ser vertida e canalizada para drenos)
·Mesas secas.
·Vasilhas de retenção com água do sistema para colónias à espera de intervenção (fragmentação ou fixação).
·Banho de água aquecida para trabalho prolongado com bases/doadores e fragmentos.
·Acesso seguro e pronto para drenagem e electricidade (com interruptores diferenciais)

[NT=GFI ou GFCI = Ground Fault Circuit Interruptors=Interruptor diferencial que idealmente para oferecer protecção contra electrocussão deverão ser de 10 ou 30 mA – miliamperes. De um modo geral, podendo variar de pessoa para pessoa, acima de 30 mA dá-se a fibrilação, que leva à morte assim o uso de um interruptor diferencial de 10 ou 30 mA, oferece protecção abaixo deste limiar e pode evitar o pior]

·Espaço de trabalho confortável, cadeiras, mesas.
·Artigos de limpeza e higiene
·Toalhas limpas, secas e absorvente
·Contentores para lixo
·Ventilação
·Água corrente/banca

Equipamento de segurança e planeamento de contingência:

·Protecção ocular
·Luvas de látex
·*espada samurai para corais que dão luta na propagação (opcional)
·Um plano de contingência deve reflectir consciência de cortes de corrente de emergência, números de telefone para centros anti-veneno, informação para contacto com aquaristas conhecedores se for necessária assistência., etc.

Kit de primeiros socorros:
·Por favor não subestimem a necessidade para um kit de primeiros socorros a menos que estejam completamente preparados para se submeterem a teoria da evolução de Darwin em movimento para uma espécie eliminar os seus próprios representantes inferiores (Hmmmm…? um conselho atrevido de um autor bronco o suficiente para se auto envenenar três vezes com palytoxina, não acham?) A propagação de corais pode envolver bisturis, lâminas de barbear, serras eléctricas e animais venenosos. Por favor tenham o cuidado e prevenção devidos. Mantenham também um extintor nas proximidades; não é realmente necessário mas dá um ar de perigo à operação. Faz também parecer o vosso trabalho muito importante para os espectadores.

Ferramentas de propagação e mantimentos:
·Tesouras para cortar ossos ou tesouras de aperto com lâminas suaves ou serrilhadas: talvez a ferramenta mais versátil e elementar na propagação de corais. Estas tesouras robustas podem cortar através da maioria dos corais e a maioria da “rocha” porosa scleractinia.
·Tesouras caseiras afiadas (não são de instrumentos ideais em absoluto, mas excelentes para Alcyonidae resistentes)
·Lâminas de fio único: barbear, x-acto, bisturi (ferramenta preferida para a maioria dos octocorais)
·Alicates: Hemostático, diagonal, ponta de agulha, extractores de velas em plástico (para corais duros densos)
·Ferramenta rotativa com roda de corte em aço inoxidável (de facto o modo mais perfeito para cortar material carbonatado)
·Abre cartas (útil para retirar divisões de SPS digitados e faceloides de LPS)
·Talhadeira/Martelo em aço (“quando o parafuso é desgastado…torna-se num prego”)
·Pinça cirúrgica (para puxar por tecido, etc.)
·Faixa, rolo de papel e mesas de serragem (para os dotados de testosterona
[NT= o autor pretende dizer, os corajosos e se usarem tais mesas, usem luvas de malha de aço sobre as quais colocam as luvas de látex. Não facilitem porque os acidentes não acontecem só aos outros e uma mesa dessas corta tanto corais como dedos…]
·Possíveis componentes para Fixar/Ligar divisões de coral: Abraçadeiras de plástico; super cola de cyanoacrilato; cola quente; epoxy para uso submerso; cimento dental; cimento de secagem rápida (Cimento Hidráulico); restolho de coral (rocha viva esmagada; aragonite; areia grossa/conchas de calcite)
·Estacas de flores; palitos dos dentes (plástico); elásticos; ligações de PVC (para contenção enquanto se difunde água)
·Vários diâmetros de tubo de plástico rígido
·Cimento portland; areia de aragonite, etc. (para fazer tacos, discos)
·Conchas marinhas (esterilizadas…cozidas ou limpas por lixiviar – livres de organismos)
·Agulha e fio de nylon (um ponto rápidos através da maioria dos corais moles é a forma mais rápida, método mais seguro)
·Rede de plástico (jardim, véu de noiva, rede da fruta, etc…)
·Vasilhas de plástico baixas Para resumir…considerem algumas regras básicas para produzir divisões de coral através de fragmentação:

Propaguem apenas corais saudáveis…
Parece-me conselho óbvio e de facto é. Surpreendentemente muitos aquaristas convenientemente ou ignorantemente (como não tendo outro conhecimento) esquecem esta regra básica da propagação de coral. Enquanto que é verdade de que muitos corais podem reproduzir-se sob desgaste e mesmo como acto final antes de morrerem, a sobrevivência máxima com divisões fragmentadas assexuadamente conseguem-se com corais base/doadores de boa qualidade. A propagação de animais não saudáveis ou estáveis apenas aumenta o risco de mortalidade entre as divisões, mas aumenta também dramaticamente o risco de mortalidade entre o coral base/doador. Pode até levar há proliferação de agentes patogénicos contagiosos o que põe em risco as vidas de outros animais do sistema. Os melhores resultados na propagação de corais conseguem-se quando apenas corais saudáveis são propagados. A maioria dos doadores devem ser mantidos imperturbados no sistema onde o cultivo irá ocorrer durante um período mínimo de seis meses antes do evento e demonstrarem extensão de pólipos e comportamentos normais (idealmente comportamento de relevo).

Lâminas de barbear afiadas ou Bisturis são Preferíveis a Tesouras…
Muito embora eu pessoalmente prefira tesouras de cortar ossos para muitas técnicas de propagação de corais, tenho de admitir que lâminas afiadas ou bisturis são preferíveis a tesouras. Quando usados para cortar tecido de coral, as tesouras têm de esmagar, beliscar ou espremer algum tecido no processo de corte. Isso pode causar dano a corais sensíveis e alongar o processo de cura. Um corte limpo e rápido com um fio de lâmina afiado qual lâmina de barbear, é geralmente preferível na propagação de corais.

Os dadores fragmentados e divisões de coral não devem ser movidos após a operação…
Os dadores e produtos de fragmentação assexual devem ser mantidos nos seus sistemas originais depois das técnicas assistidas de propagação. O movimento de corais “feridos” do seu sistema estável, aumenta dramaticamente a mortalidade e os riscos de infecção. O desgaste de aclimatação a nova qualidade de água em adição ao trauma da propagação, pode causar grande mal ao coral doador e às divisões.

Nunca misturar espécies diferentes de corais propagados…
…em aquários de contenção e banhos aquecidos. A produção de muco e compostos nocivos em defesa da agressão da propagação, assim como a influência de espécies competitivas, pode criar ambientes venenosos. No mínimo existe uma possibilidade de infecção patogénica e possivelmente contagiosa com a produção de muco excessivo em ambientes sobrecarregados.

Vasilhas de contenção e Banhos de água são fortemente recomendados…
…para corais mantidos pendurados durante e à seguir às técnicas de propagação. A produção de muco e compostos nocivos é inevitável com a maioria das espécies em que se aplicam técnicas de cultivo de corais. É importante para a saúde do doador, peças e divisões e outros animais mantidos no sistema, que tais elementos perniciosos sejam contidos e deitados fora antes de os participantes na propagação serem devolvidos ao ambiente original. Banhos aquecidos (com termóstato ajustado para manter a temperatura da água semelhante à do sistema de onde o animal foi retirado) reduzem o desgaste e a produção de elementos prejudiciais durante os procedimentos de cultivo. Banhos sequenciais ou imersões asseguram a purga efectiva de elementos indesejáveis como os descritos acima. Cinco a quinze minutos com arejamento vigoroso ou circulação em vasilhas de contenção, deveriam ser suficientes para purgar o muco. ** Um banho de água pode ser simplesmente efectuado com uma vasilha pouco funda (aquário, plástica) ou mesmo uma banca tapada. No banho um aquecedor controlado por termóstato mantém a temperatura adequada da água de vasilhas contentoras imersas com o bordo fora da superfície da água do banho. Isto é crítico para prevenir desgaste por queda de temperatura em pequenos volumes de água usada para conter os animais durante a propagação.

Melhorem o Sucesso com Fragmentos por Selecção Estratégica das Divisões…
Muito embora todos os fragmentos colhidos assexualmente sejam clones com o mesmo potencial para produzirem indivíduos idênticos, a aplicação prática de variadas técnicas de propagação pode melhorar o sucesso do crescimento e sobrevivência. Segmentos maiores são logicamente mais fortes e mais susceptíveis de demonstrar maior durabilidade e sobrevivência. Mais especificamente, contudo, segmentos devem ter um mínimo de 2,5 cm em comprimento e têm muito sucesso quando os fragmentos são maiores do que 7,5cm em comprimento ou diâmetro. Segmentos de espécies ramificadas são mais viáveis com um ou mais garfos. Divisões de corais moles estabelecer-se-ão e crescerão mais rápido se tiradas com pólipos de um ramo ou parte da “coroa” (capitulum), em vez de uma secção do talo e sem pólipos. Como sempre, evitem manuseamento excessivo de tecido vivo usando luvas sempre que possível.

Purgar muco de corais tão frequente quanto possível….
Alguns corais produzem pouco ou nenhum muco sob desgaste de manuseamento, enquanto que outros produzem quantidades extraordinárias à mínima provocação. A produção de muco pode cessar dentro de horas ou continuar durante dias. É fundamental remover tal produto orgânico ou o risco de proliferação de micro organismos indesejáveis sobre cortes vulneráveis ou áreas danificadas em corais. A possibilidade e portal de infecção é obvia e pode ser controlada ou reduzida com fluxo de água apropriado. Correntes súbitas ajudarão os animais mucosos quando estão sob desgaste.

Reduzir o Impacto de Componentes químicos Defensivos e Outros Elementos Nocivos…
…através de trocas de água parciais regulares, escumação eficiente e pequenas e frequentes aplicações de substrato de filtragem química (carvão, resinas e similares).

Níveis de Oxigénio Saturados e Elevado Potencial Oxidação/Redução…
…são pelo menos indirectamente estimuladores para o coral sob desgaste e sobretudo conducentes a elevada qualidade da água. O uso de ozono, escumadores, iodo e resinas filtradoras, são alguns dos modos mais comuns de melhorar a qualidade da água e fazer descer o nível de orgânicos dissolvidos (para além das boas velhas trocas parciais de água). Tal qualidade da água, de igual modo, não é habitualmente conducente a crescimentos competitivos de organismos nocivos, tais como espécies de algas invasoras.

Dosear suplementos Consistentemente Quando se Sabe serem favorecidos pelos organismos visados…
…e consistentemente efectuar trocas parciais de água regulares adequadas, especialmente quando elementos nutritivos para o crescimento necessário não estão claramente definidos. Consistência na manutenção de um aquário pode ser uma vantagem para os esforços de aquacultura e pode fazer a diferença em outros sistemas comparativamente similares.

Para terminar, correndo o risco de que soe a que estou a tentar em parte cultivar um mistério à volta da propagação de corais, penso que se houvesse uma palavra para resumir a aquacultura de sucesso, seria delicadeza. Ciência aplicada e disciplina, explicam logicamente o grosso do progresso ganho. Trabalho inteligente de suposição e boa sorte também contam para mais descobertas do que muitos de nós gostariam de admitir. Mas em todos os eventos a subtileza e a quase inexplicável habilidade para conduzir a propagação de corais com delicadeza é o cerne de tudo. Deixem-me ser claro sobre isto: Eu não pretendo insinuar que algumas pessoas são “dotadas” para criarem corais enquanto outros não são. Bem pelo contrário, penso que a intuição para a aquariologia de sucesso é produto de estudo considerável e extenso dos assuntos e pode ser alcançada por qualquer pessoa com o desejo de resolver. Não há mistério de todo, de facto em termos base, intuição e delicadeza são provavelmente produtos de observações e lições bem aprendidas da experiência e por favor considerem que a experiência sozinha não nos torna sábios. Só porque alguém tem feito algo de uma certa forma durante anos não faz com que esteja correcto. Em vez disso apenas de que podem ser inflexíveis. Aprender da experiência é trabalho duro de facto, e algumas vezes humilde se o estiverem a fazer correctamente.
É importante relembrar que actividades conduzidas para melhorar a sobrevivência de corais propagados se dirigem tanto ao fragmento como ao doador. Assumidamente um cultivador de corais está interessado em ganhos a longo prazo ou pelo menos em preservar a representação genética de um dado animal na colecção. Por essa razão é especialmente importante focar-se nas necessidades do dador, particularmente depois dos procedimentos impostos.

Delicadeza em aquariologia de recife é uma competência que se adquire e que guia um aquarista a tomar decisões subtis quase intuitivas sobre a qualidade da água e manutenção, resolução de problemas, diagnosticar doenças e técnicas de propagação. É um assunto de conhecer quanto é suficiente e quando é demais. Tal como qualquer educação, um aquarista a aprender sobre o novo campo de propagação de corais, tem de ter mente aberta mas não ser descuidado…experimental mas judicioso.